Fresta
O olhar lacrimejado
que veste os sons
colhe a lágrima quente
do sumo das notas
beija a fresta
dos sonhos sem rumos
ilumina a pele
dos tons pálidos
Filtro a noite seca
de vaga-lumes
deslizo na sede
da boca do dia
visto tardes íngremes
na melancolia
que tange palavras frias
do calor do meio dia
Quebro pensamentos
nas juntas dos ossos
sugo o sangue
das pedras de marfim
adoço o gelo
que veste agouros
despisto a fala
nas juras de aço
Dispo a rima
que some ao amanhecer
finco o medo na chuva de prata
bebo o cálice que dizem pecado
extraio da vida
o que faz viver...
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