Fugia

Fugia,

Precisava sair dali, precisava respirar...

Agora as lembranças eram fortes, latentes.

Outro ar, outro mar. Precisava mudar!

Não tinha mais como ser indiferente...

Chorava.

E era um choro tão forte, como se antecedesse a morte.

Talvez não contasse mais com a sorte. Precisava ir!

No pranto talvez encontrasse uma força, um consolo...

Motivos tinha de sobra. Hora de agir!

Pensava.

Promessas de ontem, juras de amor.

Jamais poderia imaginar que a dor, um dia faria sofrer.

Anseios desfeitos, não tinha mais jeito...

A vida de sonhos, estava por morrer.

Rezava.

Pedia aos céus que lhe permitissem ter um recomeço!

Deixar para trás todo o malfeito e a perdida paixão.

Buscaria a paz, buscaria ajuda, buscaria atenção.

E quem sabe um alento, para o seu coração.

Sentia.

As marcas no corpo agredido, do corte na carne.

Feridas abertas e o sangue na alma,

Com calma, iriam se fechar, findando o sofrer

Para que nunca mais, voltassem a doer.

Para sempre.

Ficaria a lição e talvez a ilusão

De que tudo poderia ter sido diferente.

Ficaria talvez um sentimento de culpa,

Aquela que nunca foi, mas ficou gravado na mente.