Atlânticos Redimidos
Atlânticos Redimidos
Desde aquele fatídico dia,
Em que as águas tragaram nosso povo,
Vagamos, sem rumo, por vidas a esmo,
A espera de um reencontro novo...
Vi, estarrecida, nosso mundo mágico submergindo;
Ondas gigantes por fendas surgindo;
Monstros marinhos a todos engolindo;
Nosso povo, nossos lares sumindo...
Ainda em desespero, segurando-me a mão,
Juraste-me amor eterno e nunca haver separação.
Tudo em vão... Um turbilhão de águas oceânicas
Arrastou-nos sem dó, separando-nos pelos 7 mares...
Separou-nos o corpo, jamais os corações.
Condenados ao exílio, estivemos por eras;
Vagamos por sobre a terra, em um viver em agonia.
Como uma corrente de elos partidos,
Afundamos em mares profundos, indefinidos...
Nem mesmo Netuno nos ouviu os gemidos.
Hoje, renascidos, doía na alma saudades indefinidas,
Sem saber de onde ou de quem;
Dor sem nada que acalmasse...
Que dilacerava o corpo e a alma...
Era a lembrança do amor interrompido
Na Atlântica perdida; almas gêmeas, separadas,
Em um viver de provações;
Atlânticos decaídos; hoje, redimidos.
Precisou que se passassem muitas eras,
Atravessando provas difíceis nessa esfera
Para, outra vez, merecermos a bênção de nova união,
Guiados pelo mesmo padrinho, outra vez sobre a Terra,
Pois, se "Os amigos sempre se encontram",
Agora, se reconhecem, se reúnem
E retomam a velha Nação,
Sob a égide do amor e da união.