ELOGIO AOS REVOLTADOS E INSURGENTES

Não compartilho do sentimento obtuso dos justos,

virtuosos e mansos

que se curvam a autoridade,

aos rigores da ordem vigente

e a demagogia dos privilegiados.

Estou entre os explorados,

os revoltados, insurgentes e insubordinados

que desafiam a Lei e o Estado.

Sou destes famélicos e deserdados

que nada tem a perder

e não mais suportam o peso

da miséria de um mundo

profundamente injusto,

bruto e elitista

que nos condena

a uma morte lenta.

No corpo carrego o diabo

e prego a deposição

do absoluto déspota platônico

que promete aos ingênuos

um reino totalitário

em algum outro mundo

onde há de nos impor

os rigores do seu inferno.

Nada é impossível

a revolta mais sincera.

Prefiro ser livre entre os

que passam fome

do que servir aos ricos e abastados.

Pois um dia seremos redimidos

pela revolução de todos os de baixo

contra a opulência dos palácios.

A revolta é a mãe negra

das mais profundas

e sempre necessárias mudanças.

Só a revolta liberta.