Unha e Carne
Queria te inventar
Mas não há lugar em mim
E o vento sacode minhas árvores
Imagino-te figueira
Na beira de um seco rio
Queria te desejar
Mas não há espaço em mim
As estradas quando estradas
Não nos permitem partir
Parto o pão em dois
Uma para minha fome
Outra para guardar-te
Nem sempre somos
Unha e carne.
Milton Antonios
16abr/2024