Maktub

Maktub

Já estava escrito, mas eles não acreditavam.

Helen ria quando alguém falava sobre destino, astrologia, mapa astral.

E Junior admirava quem acreditasse, pois para ele era nitido que essa coisa de destino não passava de especulação.

Até que em um dia chuvoso, ao tomar seu café da manhã na padaria mais movimentada da região, ouviu na TV local informando que a rua onde havia estacionado seu carro estava sendo interditada por aproximadamente duas horas, devido um vazamento no sistema hídrico e não poderia tirar seu carro de lá. Ficou tranquilo pois seu plantão havia terminado há poucas horas, no Hospital Municipal.

Do outro lado da rua Helen estava saindo da farmácia e pensando justamente em fazer um lanche reforçado pois não haveria tempo hábil para o almoço.

Atravessou a rua e adentrou na padaria charmosa, já pensando no que iria comer.

Logo avistou Junior lá no canto da janela dourada, onde há exatos dez anos se despediram após um ano de estudos juntos.

De início não acreditava no que via, até que Junior levantou e acenou para ela.

Ao aproximarem um do outro ambos riram e admiravam o que viam, lá atrás o romance não vingou por motivos profissionais e não sabiam ao certo se era amor o que sentiam.

Após longos segundos frente a frente o abraço aconteceu, sentaram-se , colocando a conversa de dez anos em dia. Estavam de volta a cidade com moradia permanente.

Falaram sobre a vida e mencionaram sobre o destino,achando graça, será que teremos que rever nosso conceito.

Helen precisava voltar ao trabalho onde há um ano era farmacêutica do outro lado da rua e combinaram um encontro para a mesma noite.

Lá fora a chuva chegava e o relógio não parava, então levantaram-se e Junior pagou a conta de ambos e ofereceu carona em seu casaco, para atravessarem a rua.

Felizes com esse reencontro inesperado, estavam animados para a noite.

Continua...

Alessandra Mello

@almapoeticaluz