Eu mesmo

E tenho lá minhas plantas, minhas tristezas

Meus vícios, minhas belezas, minhas tardes, meus fins

Meus recomeços, meus rins, minhas caretas, meus sins

E tenho meus cantos, meus cânticos, meus telhados

Minhas rosas, meus jardins, meus silêncios, meus versos

Minha cara lavada, minhas mãos, meus sábados

E tenho minha gente, minha solidão, minha multidão

Meus dias, minhas chatices, meus pés no chão, minhas nuvens

Meus deuses, minhas gentilezas, minhas asperezas

E todos os dias teço meus sertões, minhas avenidas

E sigo a vida que foi e a que está por vir

Me somo todos os dias como quem renasce das cinzas.

Milton Antonios

22abr/2024

milton antonios
Enviado por milton antonios em 22/04/2024
Código do texto: T8047249
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