A Caminho da Escravidão

Apenas eu, somente eu que rogo a morte

Para que sejas meu alivio em instante de aflição

Pelos grilhões pesados e os inúmeros cortes

Que marcam a minha pele como recordação

O mar bravio lá fora jorra a sua ira

O convés já se pinta de vermelho ensanguentado

No porão chora a criança do peito que se retira

Para um destino cruel e isolado

A pele escura reluz na noite sombria

Não há prece para os condenados

A dignidade humana se fora sem carestia

Somos seres caminhando a um destino infundado

Que pensamentos permeiam nesse povo aflito

Quais sentimentos os domina nesse instante

Quando fomos arrancados de nossos pais, de nossos filhos

Deixamos de ser homem, um ser pensante

A viagem segue mortal por dias em meio a tempestade

Nessa noite muitos irão dormir em terra dura

Nasci livre, mas me tiraram a liberdade

Pois disseram que não tem direito quem tem a pele escura

Davi Freitas - 21/04/2024

Kaynne
Enviado por Kaynne em 21/04/2024
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