Ciclos

Em um grande castelo

nasci.

Havia uma muralha

de flores e galhos,

que protegiam

meu mundo.

Banhava-me em águas

da fantasia pueril.

Urbanizei meus sonhos...

Tristeza e alegria,

a passos curtos,

tingiram minhas longas...

longas...

tardes de domingo.

Perspectivas, nunca alcançadas,

romperam minhas veias.

O fluido escorreu devagar...

devagar demais...

Nuvens e mais nuvens passaram

por ali.

Luares também...

E a cegueira se apoderou da visão,

com todos seus artifícios,

como se, para amar, precisasse

cuspir em mim mesma.

Esvaiu-se quase toda a vida.

Todavia, a fênix que há em mim,

não das cinzas,

mas das entranhas da dor,

fez-me renascer.

Travei luta com o presente

e minhas lembranças.

A(presente)i-me novamente

a mim mesma.

Surpresa, reconheci

aquela que julguei

ausente há tempos...

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 05/01/2008
Código do texto: T804588
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