A insônia

 

 

A insônia se debulha em versos

Quando sobre o telhado

A chuva fina me inquieta

 

A madrugada se faz longa

E nem um chá preto a encurta

Só a poesia ainda distrai cá dentro

Nesta clausura

 

Repentinamente, sou tomado

Por uma prece de época remota

E sinto um desejo de liberdade

E um zelo divinal que já tive

 

Pouco a pouco a claridade pagã

Vai tecendo a manhã

E vão se apagando as lembranças

Do que devo recordar