Deitar-se na ausência 

na líquida presença do devaneio

Entremeio instante  

Incessante ruptura 

Pulsante costura de lampejos

das esparsas memórias 

Acariciar as infinitas horas 

Beijar o silêncio 

​​​Saudoso beijo

 

 

Capturar pedaços do tempo

Abraçar as palavras

ditas no espaço 

entre

desejo e falta

No insólito intento 

de costurar a lembrança 

na pujança lentidão da existência 

Saudosos dias

 

Nas tecituras do corpo

pele

tatuar os presságios 

do deslizante espaço vazio

em que reside

E resiste

a frágil condição humana

 esperança ante o ausente

Que damos o nome

Saudade