CALCANTES
Eu faço figa
na fila do pão.
Só a poesia
fabrica delírios em massa;
azuleja a vida.
Se a fé me desabita
arranca tinta
dentre os meus guardados
debaixo da unha;
na figura de um anjo
calçando sapatos
quão distante do céu.
Eu faço figa
na fila do pão.
Só a poesia
fabrica delírios em massa;
azuleja a vida.
Se a fé me desabita
arranca tinta
dentre os meus guardados
debaixo da unha;
na figura de um anjo
calçando sapatos
quão distante do céu.