UM HOMEM

Me perdoem os leitores, es escrevi para o meu pai, quando ainda estava entre nós.

Sem dizer pra onde,

sem fazer alarde,

sem comer com fome.

Vive a vida um homem.

Olhos na cabeça, como um guia comum.

Feito qualquer um,

segue o seu caminho em busca do que é certo.

Incerto de chegar.

Desequilibra nos passos,

tropeça na fúria, deseja e não vem.

Chora baixinho o sufoco que fica.

Não chora na dor.

Está quente, é calor.

E na roupa surrada,

só mostra a labuta

do homem que luta.

Não fala de dentro, não diz coisa alguma.

Do suor derramado por cada desejo,

que sufoca na alma do homem que vejo.

Mário Margalho
Enviado por Mário Margalho em 18/04/2024
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