Poesia
E lá vai a poesia, mãos para o alto, mãos vazias
Debruço na janela do esquecimento e me esqueço
De lembrar teu nome inteiro.
E o sono vem a galopes certeiros
A goteira encima dos olhos nus
Escuto o bonito barulho das águas
E lá vai a poesia, com febre, breve, ligeira
Antigamente conseguia te amar mais
Agora somente preciso que me venha a memoria
A coisa solida se desfazendo no vento.
A música contida nas palavras, alvas, pretas
E lá a poesia leve, solta, sem graça, engraçada.
Milton Antonios
01.04.2024