PARA SEMPRE
pousei na noite onde dormias
no travesseiro ao lado do teu lado
e ousei ser abrigo de telha vidro
a deixar entrar-te gomos de lua
deixei-te mais serena e sem serenidade
do sobressalto que emerge como sol
a pintar salpicos de tremura na pele
e a adensar os olhos graves de ternura
pincelei as paredes da aurora
com matizes de braços rombos
para que me colhesses resenhas
de abraços, arcos de íris a borbulhar
deixei-te as vozes do sossego
a embalar-te em astro(s)lábios
e não saí, sem chegar
ao ponto onde ficámos para sempre...
15-04-2024