Um dia pra lembrar
Ave amigo\
O dia está chegando\
Presente de Deus outra vez em suas mãos\
Você o sentiu pulsar latente\
Como a água viva a flor da pele\
Como o sorriso na boca pálida\
Como o contemplar dos olhos as noites\
Nas luas desse Urumajó\
A desnudar luz\
Nos porões absurdos do leito cativo do rio\
Como a brincar na infância\
Com a chuva sem dono\
Com a lama sem castelo\
Com um beijo da moça na flor\
Ah meu amigo...
Quanta estradas andamos...
Rimos e choramos.\
Vencemos e perdemos\
Mas chegamos até aqui\
Hoje, com o avançar das horas\
Sei de ti, quanto sabes de mim\
Apenas o passado latente, que vive a nos escrever\
Sem restrições a dizer pouco mais de mim e de você\
Mas digo-te feliz\
Que de tantos tesouros nessa terra\
Nossa amizade\
Eterna\
Ainda brilha na escuridão do mundo\
Mesmo com o avançar das idades\
É nesse delinear, que fico a imaginar\
Como criança a beira do que parece nada\
Esperando nesse foco te fazer voar\
Com esses brinquedos de tinta e papel\
Ao mais longínquo segundo\
Lá onde, a curva da brisa salina\
Onde as estrelas feito meninas\
Inundam o deserto a fazer falar\
A beleza extrema desse teu paraíso\
Só pra te lembrar, que o amor não se pode guardar\
Ele deve ser dividido\
Porque foi assim\
Que o cordeiro veio das entranhas do pai\
Pra nos ensinar\
E obediente morreu nas inimagináveis dores dessa selva\
Para nos salvar\
Valha-nos a vida\
Valha-nos\
O Bem maior da terra\
Obs: Homenagem ao meu amigo Inaildo