Corpo e veneno I
De veneno molhou-me o corpo
cobriu-me o corpo de algo amargo
que me escorria entre os dedos.
Suas mãos me percorriam, rasgavam-me
a pele, numa dor intermitente mutiladora.
Do lado da cama a’lma chorava
sentava-se no chão e
esfregava-se no próprio corpo, torturado
frio e morto.
Muitos outros olhos ali fecharam.
Desesperadamente, agarro-me a meu corpo
sendo carregado para o banheiro
jogado no chuveiro
amontoado sobre outros corpos
dopados, envenenados.
Almas adormecidas, sussurravam socorro!