Tirou-lhe o amor pano de chão.
A sujeira deixada depois da última noite
Não clareava sem alvejante:
Derramou até a sua última gota de uísque.

O álcool evaporava e com ele
As noites regadas a gelo,
Num balde de vidro trincado.

O indicador em sentido horário 
Servia como ponteiro
(Marcando o tempo)
Em toques sutis.

A cada volta 
(Por cima)
Reprimia-se...
Fuga de olhares.
Tirar provas?

Limpou o chão.
Tentou lavar o pano.
Aos trapos, rasgou.
Pegou o copo.
Espremeu o limão e...
Bebeu o último gole.

Na mesa debruçado.
Deixou escorrer solidão 
(entre os dedos)
Enquanto se derramava
(em remorsos).
Auto-extermínio da alma,
No último suspiro de dor:
Reformou os impulsos 
(Do coração)
Jogou o pano no lixo.
(Chorou).

 

 

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 14/04/2024
Reeditado em 14/04/2024
Código do texto: T8041425
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