Sobre escrever poesias.

Eu não escrevo quando quero.

Bem que eu queria, mas não escrevo.

Não tenho domínio sobre o cérebro,

Nem nas mãos e nas pontas dos dedos.

A poesia sai quando bem entende,

Não depende de mim para existir.

As vezes quando o sol sai ela aparece,

E quando ele se vai, se envaidece,

Murcha e morre para poder "florir".

A poesia é inconstante, orgulhosa.

Se sepulta num papel amassado.

Depois se apresenta frondosa, sem pressa,

Em fotografias de um passado.

A poesia vem , simplesmente vem,

Não me pede permissão, não me dá recados.

Vem assim quando lhe convém

Em retalho de estrofes em bom bocado.

A minha poesia não é minha

É de outro, é sei lá de quem...

É meu par, minha vizinha,

As vezes escrita na cozinha,

As vezes redigida no além.

Martins júnior
Enviado por Martins júnior em 13/04/2024
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