A LAVADEIRA
A velha lavadeira
batia roupa na pedra
Punha para quarar (que aperreio!)
Bordava uma flor
na saia puída — Colhia logo
outra e fazia chá.
Um dia ela me contou
que a bruxa má
além dos doces
fazia carruagens para os bailes.
'Acredita, menina
que depois da meia-noite
e de alguns goles,
o sapo tocava gaita de foles?'
Era aí que a mesa
virava aquela Vitória-régia
que ouvistes falar.
Por ele as borboletas
rasgavam meias de seda — Às vezes
elas voam sem rumo.
Vicissitudes da vida.
Quem sou eu e o que é o mundo?
Atitude boa é se amar.