Carta ao poeta

Oh nobre poeta,

Impressiona-me a tua astúcia,

Em roubar tão linda flor,

Que cresceu em meu jardim.

O pecado te ronda,

Meu caro amigo.

Praticaste o mais cruel dos capitais,

Usurpar a inspiração deste pobre autor,

Que apenas com palavras consegue expressar,

Seu tão singelo desejo,

De se apaixonar.

Oxalá fosse eu criador de telenovelas,

Ter a fama que possuis,

E o glamour,

Para impressionar,

Tão belas donzelas.

Amigo,

Tenho poucos versos,

Sem a eloquência de um soneto,

E nem o lirismo,

Para nomear poesia,

Apenas escrevo.

Mergulhado neste vazio intenso,

Sou o escuro da noites,

O frio das madrugadas,

Aguardando ansioso pela luz do sol,

Para me deleitar,

Na beleza,

De tal flor amada.

Devolva-me,

O que a ti,

Não pertence.

Faça-me,

Ao menos mais uma vez,

Voltar à eloquência de meus versos,

O gozo das palavras,

E o acalento,

Ao meu coração.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 12/04/2024
Reeditado em 12/04/2024
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