Madrugadas

Dessas coisas que não digo

Rio, risos

Silêncios esparrados sobre os lábios

Nos lábios alguns motivos para sorrir

Quem vai pela madrugada calada

Quem volta dela por caminhos incertos

E ninguém sabe a hora de partir

É hora de chegar em casa

É hora do que está por vir

Dessas coisas que não vejo

Percebo, desejo

Cegueira sobre os olhos tensos

Na menina dos olhos medo

Mesmo que não saibamos

Somos feitos todos do mesmo pano

Nos bordamos o tempo todo

E todo tempo somos feitos de outros

Por isso rimos, por isso choramos

Dessas coisas que não sinto

As nuvens, o paraíso

As mãos ossudas sobre o peito

Ás vezes não sei pensar direito, eu sei

Milton Antonios

22fev/2024

milton antonios
Enviado por milton antonios em 10/04/2024
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