Sobre livros e bicicletas

Domingo, pego a bicicleta e começo a pedalar.

Vejo as plantações de alface, tomate, repolho e caqui.

Como são bonitas as plantações.

O trabalho na agricultura me faz pensar que a raça humana vale alguma

coisa.

Agora estão comprando as fazendas para fazer condomínio para rico.

Não sabem alguns deles o valor do trabalho, eles tem empregados para

servi-los. A maturidade me ensinou que isto faz parte da vida.

A vida é assim enquanto um planta outro deve colher.

A agricultura é sempre bonita.

Vou até a serra, vejo os pássaros.

Tem tucano, sabiá e bem te vi.

Não usam eles roupas de grife, são eles mais belos que estas vestes.

Não estudaram eles música em boas escolas na Europa.

Cantam eles os cantos mais belos porque seu canto vem do coração.

Passa por mim um grupo de moças ciclistas

para me provocar. Belos sorrisos e belos cabelos.

Não me deixo enganar por aparências.

Aparência não é apenas o que se vê no espelho ?

Se seu coração é cheio de ilusão pode cair em cilada.

Contemplo o céu e as belas montanhas.

Parecem obras de artista que pensou nos menores detalhes

não é fruto de mera evolução ou do acaso.

Penso como pode um país tão rico

ter tanta fome, miséria e sofrimento.

É dado ao seres humanos o doce e o amargo

não apenas o doce, mas também o amargo

alegria e felicidade se misturam com dor e sofrimento.

É a vida um grande mistério. É a vida uma grande aventura.

O que somos e sabemos além dela?

Este poema é sobre livros e bicicletas.

Eu amo livros e amo andar de bicicleta.

É sobre o ciclista pensador, talvez filosofo.

é sobre bicicletas e paisagens

É sobre flores e bicicletas

é sobre bicicletas e amor

é sobre bicicletas e o seu azul

é sobre bicicletas e imaginação

as únicas coisas que tive durante a vida:

livros, bicicletas e imaginação.