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Ícones

Dois Ingredientes

Cora mestra Coralina

Reciclando o sofrer

Torna doce o seu viver

Sua receita nos ensina.

Passa o rio de seu Goiás

A fluir e segue e insiste

"O trabalho sempre existe"

E preenche-nos de paz.

Sua receita nos ensina

Para a vida adocicar

Com (jamais há de faltar)

"O amor nunca termina."

Itabira

Sem a pedra no caminho

Não haveria bom humour

Definições: o que é dor?

Flor convive com espinho.

Discernir e conhecer

As mil faces da existência

Avidez pela vivência

Livre pode-se escolher.

Rir no tombo é sempre bom

Ante uma pedra ao meio dia

Se valer de uma parceria

A ironia - quis Drummond.

O poetinha carioca

É preciso muito peito

A romper com o velho mundo

Mergulhar no amor profundo

De diplomata a bom sujeito.

Peito assim de remador

Para quando acaso a sina

Mande a distinta e feminina

A que se viva um grande amor.

O amigo dos escravos

Bendito seja ó advogado!

Repudiando a escravidão

De homens negros no porão

Dos navios... acorrentados!

A pobre mãe que chora o filho

Que do seio foi arrancado

Par' outras terras exportado

Como feijão cebola ou milho!

Salve ó poeta na empatia

Que solidário a seu irmão

Em seu clamor: abolição

À pele escura a alforria...

De Nazaré

O mor poeta que existiu

Sobre este mundo infantil

Em que o amor tão pequenino

Sem robustez muito franzino.

Ele surgiu humilde em fé

Aprendeu com o pai José

Na profissão foi carpinteiro

Surpreendeu o mundo inteiro.

Enquanto a Grécia idealizava

E Lennon ainda imaginava

Um sonho que ele concebeu

Jesus falou (d)o amor viveu...

Seraphim
Enviado por Seraphim em 08/04/2024
Código do texto: T8037104
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