Diálogo com a poesia “Penetração do Poema das Sete Faces” de Elisa Lucinda em homenagem a Carlos Drummond de Andrade

Diálogo com a poesia “Penetração do Poema das Sete Faces” de Elisa Lucinda em homenagem a Carlos Drummond de Andrade

Carlos é assim mesmo, Elisa

Ele nos perpassa a vida sem cerimônias nem missas

O poema chega e planta-se como a flor bela, poema de amigo

Lucinda, ele nos arrebata na primeira palavra e nos toma como dele

Pois disse bem, poeta, o poema tem que ser tomado pela alma do outro

E na caixa da vida das pessoas ele tem que caber ou se esconder como o gato

E ainda dizem que a poesia não serve para nada nem o poeta

Ora, a poesia, Elisa, se serve para desabafos pessoais também

Não são somente frases, são disposições belas de palavras para tocar o coração

Carlos, Lucinda, é mestre em fazer chorar quando se recita seus versos

Porque sabemos mesmo que as lágrimas acompanharam suas escritas

Ver a face, poeta, talvez seja impossível, o que não é impossível é amar sem ver

Conhecer, amiga, é de fato impressionante, é conhecer profundamente a alma

Um ao outro se comunica, Elisa, pelos versos escritos há tempos

Ele lhe escuta, Lucinda, toda vez que você lê seus versos

Porque não morreu se suas palavras ecoam como deve

E constantemente nos ressuscita pela manhã, à tarde, à noite

Nos consideram vivos, poeta, pois lemos poesias de Carlos

E a remington guardada pela minha mãe no quarto vazio volta a funcionar

E como nos ensina, amiga, esse que escreveu para aprender!

E soube o que foi dito pelas montanhas de Minas e de outras serras

E aquilo que dizem os carros quando não roncam, poeta

Decorar um poema em cinco minutos é arte para uma excelente atriz, Lucinda

E uma mulher negra sensível e amável embalar sono do Carlos é amor demais.

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 18 de outubro de 2023

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 07/04/2024
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