OS JARDINS PERFEITOS

Observo nos jardins perfeitos dos sonhos

Quantas plantas esmaltadas e belas

Os velhos com um sorriso de milênios

Estampado nos lábios de sabedoria

Na memória ─ o rio da vida!

As mulheres vestidas de sedas finas

Exibindo cascatas de joias

Voando como negras andorinhas...

As crianças delicadas contemplando

Os brinquedos novos e os palhaços do circo

Cintilantes bailarinos a dançarem...

E os homens altivos e guerreiros

Às vezes, serenos e desconfiados,

Lutando pela Pátria ─ a liberdade do seu povo!

E os carros velozes, a música ressoa...

A vida é maior do que todas essas coisas

Bem acima das expectativas que fazemos...

Há o sol que chegou bem mais cedo do alto

Da montanha onde vejo nuvens suspensas

Como roupas soltas no céu que se abrem no ar...

A minh’alma cheia de amor e ternura

Nesse mundo sem portas que não me pertence...

Há uma saudade da infância secular

Quando brotou o primeiro botão de flor...

Há um desejo de permanecer no mesmo lugar

Sob as cortinas esvoaçantes de tule ouvindo

Lá fora o vento passar e sacudir suas asas

De dançarino como se fosse me arrastar...

Há uma lágrima no meu coração inquieto

Que não sabe compreender o momento sublime

Quando a derradeira canção se acaba e morre

a lua precipita-se jogando-se dos céus a Terra

Lançando-se no ar e partindo-se em mil pedaços...

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 06/04/2024
Código do texto: T8036185
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.