UM (QUASE) SONETO NU

Retirarei a máscara

a roupa de adulto sério que uso

e esta minha surrada fantasia de palhaço

Despir-me das convenções sociais

de todas as regras gramaticais

dos limites das vírgulas e dos pontos finais

deixando apenas um punhado de reticências

Haverei de colocar interrogações

nos seus devidos e cabidos lugares

que é logo atrás das crenças e verdades

que em casa e no colégio me ensinaram

Vou me desnudar nos versos

tentar encontrar meus reversos

e me revelar por inteiro com a poesia

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 06/04/2024
Reeditado em 12/04/2024
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