Quem sabe
Anoitece, de repente a minha alma foge de mim, entrega-se aos pensamentos, perde a razão. Os meus pensamentos, numa única direção se vão, parece loucura, e culpo os céus, é que quando apago as luzes do meu esconderijo, para que o amor não me encontre, as estrelas conspiram, elas ofuscam a minha visão, fazem com intensidade, de você eu recordar.
Então eu acendo as luzes outra vez, olho ao meu redor e aceito a minha realidade, tranco portas, janelas, tranco o meu coração, antes retiro dele o amor, que vai mundo à fora, mas algo mais forte que a razão guarda você nessa hora, para nas outras noites, nas estrelas lhe esperar.
O que você não sabe, é que desde que você se foi para nunca mais voltar, todas as noites essa cena se repete, a minha memória busca a sua lembrança, que nem com o passar dos anos, irá se apagar. Deixo de presente, as estrelas, para você, mesmo que não as veja brilhar, quem sabe você olhando o céu, lembre-se de mim e do que, um dia, elas significaram para nós, que no brilho cintilante delas, numa noite dessas, você assim, haverá de me encontrar.