Cantos de Baal II
Tudo bem!
Eu confesso
que nada tenho
que nada sou;
sou o ridículo rindo
de suas próprias desgraças.
Somos o ouro, a prata e o bronze;
Somos a mais patética obra da globalização.
Meu medo é soma de todos os outros medos,
Meu canto é o canto abortado de Maldoror.
Não sou poeta
Tão pouco meu instante existe.
A insatisfação é minha alma
E está incompleta,
Pura e bela,
E não devo nada a ninguém.
Vamos ver na capela
Nossos ossos que foram carne flamejante
Um dia e mil noites.