de todas as formas
Sob o sol, minha pele desafia,
Incessante, essa textura que angustia
No mais profundo da carne, consome, devora, desfaz,
Fauna escorregadia, imperiosa e excêntrica,
A janela se abre: a relva dança, verde e viva.
Com mãos que unem pedra e madeira,
Em segredo, o caminhar se insinua,
E a próxima dançarina, com a mão estendida, segue a rua
Em sua procissão. Assistimos, desejando ser como ela,
Na pele inviolável, intocados pelo mistério.
Desliza, a flor profunda, sob o manto do silêncio,
E sou eu quem corta o ventre suplicante,
Estremecendo no desespero, pois a alegria
Se esvai, rastro tênue, quase nada. Quanto tempo
Para que se forme uma imagem, uma esquina revelada,
A rua estreita me espreita após o convite,
Quantos passos até que a forma se ilumine,
Revelando traços que me façam reconhecer
Na memória ou nas profundezas mais sombrias,
Quantos beijos até que sua boca se torne
Terra para minha língua, argila que desfia o prazer,
Nos transforma, e embora muitas coisas existam,
Para elas, ser apenas memória não basta.
É necessário um olhar inteiro, capturando-a
Em sua janela, de todas as formas,