Só por um dia

A poesia é coisa de bêbado,

Embriagado pela vida,

Escreve e chora suas tristezas,

E ao avesso,

Rima suas alegrias.

Não sei se trova,

Poema,

Ou liturgia,

Palavra é vício,

E a desejo,

Tenho a fome,

Todo dia.

Me alimenta a alma,

E a uso como terapia,

O que a boca cala,

A mente expõe,

E cria realidades,

Um culto a deuses inelegíveis,

Em nova teologia.

Sou poeta,

Cordelista,

Trovador,

Cancioneiro,

E contista.

Sou o verso,

O verbo,

Um sinônimo,

Genérico,

Rasgando a fantasia,

Em meio a avenida.

Tenho a visão periférica,

Utilizo as margens,

Um marginal,

Que não se rende ao óbvio,

Questiono o absoluto,

Através da poesia.

Mas quem sabe um dia

Alguém se encante

E por um instante

Este poeta vire poesia

Mesmo que só por um dia.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/04/2024
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T8033725
Classificação de conteúdo: seguro