Quando o raio batia em teus olhos
Acordaste..
O raio batia morno na janela
Os cães ladravam com fome
Vozes roucas de ébrios se faziam ouvir
E, ela ali
Tão triste e tão tímida
Transeuntes de feiras
De um jeito ou de outro
Esperava sem os saber
Dos raios que eu te falei
Que agora batia na janela
Era por certo um belo dia pra começar
A te escrever
Recordava da macieira
Das Laranjeiras e das rosas ainda
Que o dia parecia ser o mais belo
Ainda que o raio se via num prisma
Acordaste, ainda que parecia nada existir. Seus olhos brilhavam e, mudavam de cor
Ao ver passar cada estrela a ganhar luz
Agonizando num átimo
Quando mortas, brilhavam
Tão breves que não se passam
De nada
Mas na janela brilha ainda
Pretendo porém escrever te
Num diário, para prender te em mim
De cartas anônimas
Quando o raio batia em teus olhos
Entendi. Nada poderia ser mais íntimo
Mais triste porém
E se existe alguma coisa pra fazer sentido, que seja esse raio
Que ao adentrar
Me beira a loucura
E nada mais