Desde a idade mais remota
Ainda que breve,
E mais sonhado que vivido,
Soube de tua retumbante retirada.
O sumo do desvelo sobre a mesa,
Ali, atirado para que nossos olhos
O perfurassem, soube-o matéria mais
Íngreme que nos assaltaria ao céu, tuas bordas
Feitas à lâmina da concisão, tuas mãos
Que mal chegaram e já me tornaram
O alvo mais brilhante. Eu te vi entre árvores,
Entre o mês de maio em pedaços e o outro ano
Que ainda corre dentro de minha ansiosa espera.
Eu nada trouxe de novo, mas soube fazer do teu
Tesouro maior, que de fato, não o tive, uma folha
De água a refrescar meu cadafalso depois da queda.
É que já era queda, como derrubar aquele que
Beija a terra de língua, dela seu amante, o mais delirante.
A corda ainda em meu pescoço não se sabe assassina
Ou consoladora, e eu, um devaneio buscando uma pedra,
Qualquer pedra para que aperte em minhas mãos, para que
Saiba de meus dedos, pois da pedra já o seio desde a mais
Remota idade.