SAUDADES DAS TRAQUINAGENS
Peguei dois carretéis vazios
Uns vinte centímetros de ripa
E fiz duas aberturas por iguais,
Sendo uma na frente outra atrás
Era apenas mais outro desafio
Para ver quem inventava mais!
Cortei sandálias já bem usadas
Deu para fazer as quatro rodas
Arame grosso e lata de sardinha,
Cordão comprido e uma laçada
Era meu caminhão na estrada
E a felicidade era toda minha.
Fiz até sapatos de lata de leite
O que me fez sentir mais alto
Parecido palhaço pernas de pau,
Se equilibrando em dói barbante
Os passos iam mais distantes
Mais se tomabasse se dava mau!
Corri em cavalo pau até arrebentei os dedos
Mais eu era corajoso de bicho não tinha medo
Cascudo na luz do candeeiro caia em cima da mesa,
Coisa que não se ver mais e isso me dá tristeza
Já não se faz telefone com linha e caixa de fósforo
Não vejo mais crianças brincando e por isto as vezes choro!