PALCO.

Pudera eu,

Pelos palcos dessa vida

Protagonizar a minha história

E representar muito mais

Que um pedaço de papel,

Quando sem ensaios,

Meio que de improviso

Em alto e bom som,

Encaixasse as palavras

Na sequência correta

Da boa interpretação.

Pudera eu,

Em perfeita atuação

Enganar o coração

Quando nego o sentir

Que já não cabe mais no tempo

Dos meus poucos amanhãs.

Pudera eu,

Num monólogo que fosse

Da personagem me despir

E mesmo que só pra mim,

Sem reservas admitir

Que te amo, sem fingir.

Elenice Bastos.