Recanto dos ventos
As portas pareciam falar, na verdade falaram,
Pedindo para que fosse...
Foi de olhos fechados,
por não ter pressa de chegar,
parava em cada estação.
Atravessou mares e multidões,
cansado da maresia,
Foi esconder os seus sonhos com zelo,
um a um por trás das montanhas.
Depois de resgatá-los da ilha dos segredos
onde os deuses eram proibidos pisar.
Dali se podia ver dos homens,
sentir os seus medos,
a falta de esperança, eram oceanos
de fragilidade e insegurança.
Belo mesmo a rara simplicidade
verdadeira nos gestos e
olhares de alguns.
Triste era perceber a vaidade invadindo
as almas que sem sossego iam
de um lado para outro sem chegar a lugar
nenhum.
Assim permaneceu no recanto dos ventos
onde só os ventos, conseguiam chegar.
Imutável mesmo era o amor, descansando tranquilo
sem se preocupar, fazendo-se cumprir
seu destino...
Ciente de que existia, não tinha como mudar.
Porque o amor era teimoso, mimado, feito menino.
Liduina do Nascimento