EM BUSCA DE OLHOS, OUVIDOS E GENTE
Vou colocar no pólen do papeis
meus olhares e meus afetos
impressos com as digitais dos lasers
encadernando-os com capa dura
cercado por duas orelhas surdas
e com uma bela contracapa muda
Depois vou entremeá-lo
no meio dos demais livros que guardo
no interior mais íntimo das prateleiras
da biblioteca que fica no segundo quarto
que todo dia entro quando por ele passo
Quem sabe se mais adiante
em um futuro posterior ao breve de hoje
quando a mortalidade não me for mais medo
algum arqueólogo estrábico me ache no sebo
e realize este meu mais sublimado desejo