VIVER NUNCA É BASTANTE
Faço versos para me escutar
Vasculhando em algum lugar
De mim antigas fitas cassetes
Aquelas rebobinadas à caneta
Faço versos como quem se repete
Abrindo e fechando as mesmas gavetas
Escolho palavras para me lembrar
Que estou indo, sempre partindo,
E que, um dia, não vou voltar.
Faço versos para celebrar instantes,
Encontros, nascentes e poentes,
Por saber-me ser morrente.
Faço versos porque viver nunca é bastante