O CORVO
em memória a Poe
Meu corvo não me abandona
Não o expulso daqui...
Constante ele diz:
"Nunca mais", e sorri...
Dorme comigo à poltrona
Solitário que sou e infeliz...
E, para onde vou, diz
"Nunca mais", e sorri...
Penso então em minha Dona
Que se aproxima de mim...
Sussurra ao corvo, que diz:
"Nunca mais", e sorri...
Luto contra quem me ronda
Com olhos de meretriz
De seus lábios fel escorre assim:
"Nunca mais" e "Nunca mais" e sorri...