verbo
Vasta, esta terra, até a que nos confina,
Moldada em pensamentos tão tangíveis,
Quanto o trajeto cotidiano para o trabalho, onde, dispersa,
A existência se condensa em uma colheita de momentos fugazes,
E teus desejos se dissolvem,
Invisíveis, enquanto caminhas, distante, despojado
De qualquer celebração, o riso outrora
Um disfarce para o desconforto, agora enfrenta
Teu futuro, um abismo preparado
Para o gosto púrpuro marejado dentro do tempo, mas
Tu permaneces distante, pois já exploraste o afastamento e o sal
Do mar retém sempre a língua anestesiada, enquanto as banhistas
Capturam apenas fragmentos de sol, ainda que tenhas passado
Cada manhã absorvida, pois os jovens também suportam
Seus próprios desenganos, ainda que o mar ainda
não lhes são uma metáfora, colhemos os frutos
Na estação designada, e as diversas imagens
São ecos de nós, aprisionados pela vastidão
Da imaginação que também engole a terra
ampla e profunda é nossa arte de se saber solitário
A ancorar-se onde o essencial ainda é brilho inebriante
E saber, a vida mais um verbo que uma mera substância.