IG REJA!
Não há como perdoar
Aquela que perseguiu
Que autorizou a matança
E a opressão permitiu
Que deportou meus irmãos
À escravidão no Brasil
Não há como aceitar
Aquela que se negou
A evitar as feridas
Que o chicote cortou
Nas fazendas, nas senzalas
Onde o negro sangrou
Não há como esquecer
Aquela que foi algoz
Madrinha dos poderosos
De uma ganância feroz
Que acorrentou nossas mãos
E quis calar nossa voz
Não há como esconder
A minha indignação
Frente à velha prostituta
Sedutora da razão
Que o tempo todo enganou
Que a todo tempo pregou
Uma falsa libertação.