miolo do ser
No miolo do ser, onde o fluxo do tempo se disfarça em tons de âmbar,
o vigor da existência palpita, luminoso,
sob a proteção do orvalho de amora.
A janela, torcida, velada,
guarda o fruto ainda por amadurecer,
desvendando o fogo secreto de um silêncio repleto de enigmas.
Na solidão, com esmero tramada,
germina um novo ser, surpreendente,
no ocaso de cada alma.
Teus olhos, espelhos do espírito, não meros refletores,
escancaram o mistério profundo do universo;
um refúgio incandescente, inextinguível,
por onde corre a água, livre, numa cascata sem fim de existência fugaz e amor.
Na exaustão do entardecer, renasce,
autoconhecendo-se, na tempestade, existência majestosa,
um ímpeto que desafia a estagnação,
metamorfose sem destino, alquimia do comum em extraordinário,
reflexo de destinos não antevistos.
Obscuro, aterrador, assombrado,
o desalento revela o vibrante,
sem ofuscar a lembrança da árvore no jardim,
sensível às mudanças, frutificando o presente.
Passado e futuro, entrelaçados na essência que se desenrola,
visível a todos, enquanto o tempo se evapora.
Nas extremidades, nos iluminamos,
eternos no transitório, vento ardente, breve, amante,
a luminosidade do amor irrompe na calma da alvorada.
Existência serena, pacífica, desdobrando novas faces,
um palimpsesto em tons de âmbar onde o orvalho de amora, suave, vibra.
Ali, no interstício de um silêncio denso, brotam enigmas,
ofuscando a vida pronta, precisa, tecida na delicadeza da solicitude.
Em teus olhos, que de ti falam mais do que meras janelas,
pairam sobre o mundo, proclamando sua chama interior,
onde arde o lar sem que o espelho padeça de seu vazio vasto e profundo.
É na queda que a pedra se torna movimento, não direção,
transmutando-se em ouro, refletindo a travessia de uma vida nem sempre prevista.
Não vista como simulacro, nem como tragédia que confere dignidade,
mas turva, aterradora, e assombrada,
onde grãos de desespero desvelam o filamento mais vibrante da existência.
Nesse vir a ser, acendemos às margens extremas,
eternamente, ainda que no efêmero, para um vento ardente, porém, breve e amante,
luminoso como o amor que desabrocha na serenidade matinal de uma vida,
simples e tranquila, pronta para nos revelar a outra face a ser saboreada.
---------------------------
A janela, entreaberta, guarda segredos,
Protege o fruto ainda em seu despertar,
Revelando a chama oculta de um silêncio carregado de mistérios.
Na solidão, meticulosamente tecida,
Brotam as sementes de um novo ser, inesperado,
No crepúsculo de cada alma que se desvela.
Teus olhos, reflexos da alma, não meras passagens,
Desvendam a profundidade misteriosa do cosmo;
Um refúgio ardente, eterno,
Por onde flui a água, liberta, em uma cascata incessante de existência e amor.
Ao cair da tarde, na exaustão, renasce,
Conhecendo-se a si mesmo na tempestade, uma existência sublime,
Um ímpeto que se opõe à inércia,
Transformação sem destino, a alquimia do ordinário em magnífico,
Eco de futuros inimagináveis.
Na escuridão, a desesperança revela o vibrante,
Sem eclipsar a memória da árvore no jardim,
Sensível às transformações, frutificando o agora.
Passado e futuro se entrelaçam na essência que se desdobra,
Visível a todos, enquanto o tempo se dissipa.
Nas fronteiras, nos iluminamos,
Eternos no transitório, fogo rápido, amante efêmero,
A luz do amor irrompe na quietude da aurora.
Existência serena, desdobrando-se em novas faces,
Um palimpsesto em tons de âmbar, onde o orvalho vibra suavemente.
Ali, no intervalo de um silêncio carregado, emergem enigmas,
Eclipsando a vida ordenada, precisa, tecida na delicadeza da atenção.
Em teus olhos, que falam mais de ti do que simples janelas,
Paira sobre o mundo, proclamando a chama interna,
Onde o lar arde sem que o espelho sofra de seu vasto vazio.
Na queda, a pedra torna-se movimento, não direção,
Transmutando-se em ouro, refletindo a jornada de uma vida não totalmente prevista.
Não vista como um simulacro, nem como tragédia que confere dignidade,
Mas turva, assustadora, e ainda assim iluminada,
Onde partículas de desespero revelam o fio mais vibrante da existência.
Nesse vir a ser, acendemos nas margens extremas,
Eternamente, mesmo no efêmero, para um vento ardente, ainda que breve, amante,
Luminoso como o amor que floresce na calma do amanhecer de uma vida,
Simples e tranquila, pronta para nos desvelar sua outra face a ser saboreada.
Neste poema, inspirado na voz de Ferreira Gullar, busca-se capturar a essência da transformação e da introspecção, temas caros ao poeta, através de uma linguagem que evoca tanto a complexidade quanto a beleza intrínseca ao ato de existir.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------