Sombras em escolhas pelo chão...
Sombras em escolhas pelo chão
Tatuando versões nem tedescas
Nem de varões que ficaram de passagem
Sombras a deriva talvez
Restos de luz na esquina do futuro
Presente em olhos que se arraigam
Em fagulhas lascadas em doutas cicatrizes
De passado não tão remoto
Gostos empíricos sobre o véu do escárnio
A boca com gosto de um certo chiclete
Tônica malversada que passeia pelos corredores
Dantes cômica, como casa, como fita de arroz
Ao que se larga no poste, presa de uma diária ínfima
Mais sombras que esvoaçam, território livre
Parcas flores que de resto, flores ficam
Tingem na manhã o não de ontem
Como se o agora sufocasse o amanhã
Teimas com o temor de nada poderem seguir
Rasgas tantas folhas de branco em um único verso
Mal é o verbo que pode e pouco insiste
Para bem querer aquele bom da vida
Sombras que se encolhem pelos cantos
Rugas que disfarçam dores últimas
Com se primeira não fosse única
Tantas são as esperas que varam dias e semanas
O meu tempo de ter tempo insano e louco
Apetrechos de epigeu, disfarce em regras
Na chavaria findaste a turba
Não, não passarias sem atenção
Entre lascas do tempo de boa pensada
Com um certo porvir em pequenas migalhas
Lamentos largados em finas panacéias
Trechos entrecortados de pequena monta
Ou fortuitos lampejos de carícias
Ora, se me tens distantes
Tantas portas que sejam abertas
Vagar nessa entrudada
Em dores de uma busca insípida
Ah! Jardim afagado em dores
Nem mais me lastimo o tamanho da falta
Para sofregar mais por tantas ondas
Baixas sobre o areal constante
Somos meras sombras
Apenas por não regozijar o que perdemos.
Peixão89