LAMENTOS

Nos olhos, me olhei parcimonioso,

Tinhoso, no conviver com o inevitável,

Amável, no justo acerto de contas,

Afrontas que a torpe idade jaz permite.

Nas mãos, me toquei fervorosamente.

Ausente, do sentir quase insofismável,

Inefável, na apoptose dos sentimentos.

Momentos engavetados no sempre.

Na mente, os memes estruturantes,

Dantes pueris, hoje senis e pétreos,

Céreos, em auto-semblantes neutros,

Noutros, tatuando as lautas mazelas.

Nos olhos, me fitei, partindo de mim.

Assim como um adeus de abandono.

Sonho com recantos virgens e férteis. 

Inúteis em lamentos por parcas flores.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 25/03/2024
Reeditado em 26/03/2024
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