Escrevo confissões na areia
No confessionário à beira mar
Deixando que as palavras se apaguem
Diante deste sacerdote imenso
Sempre disposto a me perdoar.
Meus olhos cansados pela insônia
Despertam a alma que ouve o vento
E ouço suas lendas, sopradas de outro lugar
Onde vivem meus sonhos, antes do despertar.
Nesta cerimônia, sou o inocente selvagem
Que os colonizadores vieram tiranizar...
Senhor da natureza, brutal imagem
Confesso-me ciente que ainda hei de pecar.
E fiel ao meu irreligioso amor
A morder tua alma, excitação
Escrevo confissões de inflamado desejo
Que pulsa além de qualquer razão.