A nave no seu redemoinho
A nave no seu redemoinho
Um salto no escuro
Neve no espelho brisa suave
O salário, quanto vale?
O breu do asfalto a marcha das vadias
Poetas engatam a marcha ré
Riem atolados no abismo
Eu cismo de teimar em viver
Outra palavra e lá vai o poema
Sem trema nem singular
Um verso verborrágico de ateu
Um pneu queimado na madrugada
Que mulher pode ser mais sagrada
Do que aquela que nos sangra a boca
Um beijo tão visceral
Que atravessando as moléculas
Move dez mares em movimento