Mendigos

No tocante, à minha dor...

Todo espelho, é reflexo das minhas palavras...

Todo ser, que o sofrimento for o rascunho brotado, que do começo por antes do término, sofre muito mais dentro...

Eu queria, ser uma menina...

Queria, o não sufocar da vida...

Queria, que se lembrassem do vácuo de cada qual...

É palavra, que espinha por cada nó que desata, no despreparo...

É cada esquina, em meio ao suspiro de um faminto, que na rua pediu muito mais a intenção...

O mendigo, é o avesso da aparência...

É o absurdo, de todo mundo...

O mendigo, é qualquer um...

Não está, em uma rua...

Não está, num alento...

Nunca esteve, pedindo alimento...

Implorou, pelo socorro do próprio sofrimento...

É a sacada, dos felizes...

Dos miseráveis, que se disseram gênios...

É a superioridade, desumana...

É o ar, de tanto faltar...

O mendigo...

O morto, sem afeto...

É cuja fome, come através da carne sem humanidade...

Nem se pergunta: "por que, o mistério?"

"Por que, a ilusão?"

E por que, a sensação que da fome, só fala quem sentiu...

Mas, a falta de fome por sensibilidade...

Estranha, casualidade...

É o destino, imbecil...

Gisele Maria
Enviado por Gisele Maria em 23/03/2024
Código do texto: T8026207
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