Entre o sono e a vigília
Fecho os olhos,
E me concentro em busca do silêncio profundo,
Procurando as palavras,
Sussurradas em meus ouvidos,
O abstrato,
Semeadas na alma,
Onde o solo é fecundo.
Escrevo,
Tentando permitir que o mundo se torne o absurdo,
Renasço a cada novo verso,
A cada estrofe,
Sou poesia,
Minha arte é perversa,
Contra todos,
Contra tudo.
Quando me calo,
Não escrevo,
O papel se torna mudo,
Sem mensagens,
Nem revoltas,
Não revelo meus segredos,
O mistério se recolhe,
Desfeita a revolução,
Diante do cotidiano absurdos.
Sou resiliente,
Paciência,
Meu escudo,
Por maldita estrada tráfego,
Rumo ao perverso rudo,
Binário,
Entre um e zero,
Cansado de hipocrisias,
Dos que se escondem,
No escuro.
Até a morte é bem-vinda,
Desde que me tire,
Da inércia,
Que é amparada,
Pelo mundo,
Contravenções,
A luz do dia,
As palavras são lançadas,
Contra ataco,
Vale tudo.
Mortal,
Vive da opinião alheia,
Eu espinhos,
Em veludo,
As rimas,
Em minhas mãos incendeiam,
Basta um toque,
Me disfarço,
Sob efeito de remédios,
Viver,
Se torna tédio,
Sou a vítima,
Perante ao assédio,
Que não há,
Grito em busca de atenção,
Onde vivem,
Os homens surdos.