DESCOLONIZANDO A REVOLTA
Não ouso impor aos outros
as verdades dos meus delírios
ou as vontades que tenho
de mudar o mundo.
Afasto de mim o perigo
de querer colonizar corpos e consciências
impondo a todos o meu caminho.
Jamais sucumbirei a tal autoritarismo.
Não importa a sedução das palavras de ordem
ou a embriaguez das convicções.
As coisas mudam pelas próprias coisas
independente do meu arbítrio
ou da mentira de algum universalismo absolutista.
A revolta só se torna de muitos
quando sem ser de ninguém
organiza a raiva de todos.