POESIA NÃO COMPRA SAPATOS
"A poesia não compra sapatos. Mas como é possível caminhar sem poesia" (Emmanuel Marinho)
Poesia não compra sapatos,
Nem paletó, nem camisa;
Mas como viver neste mundo
Sem sentir poesia na brisa?
Poesia não compra sapatos,
Nem compra calça comprida,
Mas como, sem poesia,
Viver a beleza da vida?
Poesia não compra sapatos,
Para que ela serve, então?
É bola jogada pro mato?
É tempo gastado em vão?
Poesia não compra sapatos,
Não rende um lucro sequer;
Mas retrata — sublime — o amor
De um homem por uma mulher.
Poesia não compra sapatos,
Mas pinta a beleza da lua,
Retrata o esplendor da aurora
Quando o dia amanhece na rua.
Poesia não compra sapatos,
Mas traduz a emoção de viver;
O deslumbre, o encanto exato,
Quando as rosas vêm florescer.
Poesia não compra sapatos,
Mas evola a beleza do mar,
Quando as espumas das ondas
Vêm a areia da praia beijar.
Poesia não compra sapatos,
Mas traduz o brilho do olhar;
É recurso do apaixonado,
Quando quer seu amor conquistar.
Poesia não compra sapatos,
Mas conquista o melhor dest' vida;
Traduz um amor verdadeiro,
Com emoção sem medida!
— Antonio Costta